quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O poço do Visconde

Monteiro Lobato, autor do livro o Poço do Visconde, da Editora Brasiliense (1993) está entre os maiores escritores brasileiros, um dos primeiros em literatura infantil em nosso país, que sempre estava bem à frente de sua época.
Nasceu em Taubaté (1882-1948), mais só depois de publicar vários contos de sucessos, como o “Urupês” foi que em 1921 publicou “Narizinho Arrebitado”. A obra fez grande sucesso, o que levou o autor a prolongar as aventuras de seu personagem em outros livros girando todos ao redor do "Sítio do Picapau Amarelo”.
Entre os anos de 1920 a 1930, Lobato percebeu a evolução da indústria automobilística americana, que teria nas décadas vindouras grande importância econômica para o Brasil. Com isso, fundou a Companhia Petróleos do Brasil e passou a década de 30 fazendo levantamentos geofísicos e prospecções num esforço privado. Perfurou vários poços na região, e realizou palestras incentivando os meios de comunicação a discutir a relevância do petróleo para a economia brasileira. Foi considerado um lunático, pois os técnicos do governo afirmavam que o Brasil não tinha nem poderia ter petróleo.
Ironizando os incrédulos e gerando dúvidas nos mais jovens, publicou em 1937, uma de suas mais importantes obras infanto-juvenis: “O POÇO do VISCONDE”, que tinha o objetivo de sensibilizar o jovem leitor quanto à importância do tema para o progresso da nação e, ao mesmo tempo, possibilitar através do livro o aprendizado da geologia de forma prazerosa e divertida. Na obra o personagem Visconde de Sabugosa encontra um tratado de geologia entre os livros de Dona Benta e se põe a estudar essa ciência. O pessoal do sítio interessa-se e decide escavar um poço de petróleo, o sábio dá aulas ao pessoal sobre o assunto, para então, começarem a escavação do poço, com a abertura da companhia de petróleo Donabentense. Na qual fundou o poço pioneiro, o Caraminguá n.° 1, que produzia 500 barris por dia.

No livro, o autor utilizou um estilo conciso e vigoroso, com forte dose de ironia, utilizando uma linguagem clara e objetiva, compreensível ao grande público e que facilitava a compreensão mesmo dos termos técnicos usados no decorrer da leitura.
A obra é recomendável não só para pessoas que se interessam por ciências da terra ou ciências que falam em petróleo, mais também para aqueles que têm o conhecimento enciclopédico ativado, e apreciam a literatura infantil. Tem ótima contribuição para aqueles que trabalham na área, pois possibilita o conhecimento passo a passo de todas as tecnologias usadas em técnicas de perfuração, desde o estudo da área pelo geólogo até a perfuração e produção de um poço, já que as técnicas usadas na época ainda são basicamente as mesmas, com apenas alguns avanços tecnológicos.

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